Graziela Guardino

O trabalho de Graziela começa com a desconstrução do linho, ressignificando o suporte e a materialidade tanto da pintura quanto da obra têxtil. Nesse sentido, a artista segue o caminho oposto ao esperado para a construção das duas obras: em vez de adicionar camadas, ela as remove. A sua experimentação com cor, forma, materiais e composição transforma a ideia de tecer de um elemento bidimensional a uma componente arquitetónica que desafia os limites, não só do suporte, mas também do espaço. Suas linhas parecem sempre testar inconscientemente os limites entre o objeto e a obra de arte. É neste desfiar das tramas que o trabalho do artista se revela.
As pinturas-esculturas tecidas de Guardino são resultado de experimentações e estudos de materiais, formando uma linguagem visual única de abstração minimalista. Baseiam-se na desconstrução para ampliar novas possibilidades de leitura sobre a reconexão com a natureza, o feminino e a ancestralidade. Graziela não renuncia ao conhecimento do processo místico associado ao trabalho têxtil. Em contrapartida, incorpora livremente as suas indagações sobre este suporte e as interpretações no mundo da arte contemporânea, no sentido que ainda evoca de forma sucinta no nosso imaginário. Inconsciente de sua condição subordinada, produziu uma composição abstrata sistemática muito antes do suprematismo, um conhecimento que inscreve símbolos intangíveis concretos e conceituais. Graziela refaz a nossa forma de pensar esta construção, do ancestral ao contemporâneo.

Suas mostras individuais recentes incluem The Breath of an empty Space, Hong Kong Visual Art Centre, Not as dark as a silent house, Rubicon Gallery, Melbourne e Finite infinity, May Space Gallery, Sydney.

Seus trabalhos também foram inclusos em prestigiados prêmios de arte na Austrália como o The Churchie Emerging Art Prize, Muswellbrook Art Prize and the Fisher’s Ghost Award.

Graziela completou seu Mestrado e pesquisa com mérito e distinção pela Royal Melbourne Institute of Technology em 2017.