
Com formação em Desenho Industrial e joalheria no Rio de Janeiro, sua trajetória foi marcada pela ourivesaria em Portugal, Caio desenvolveu um vocabulário escultórico próprio, a partir da experimentação intensa com materiais como latão, ferro e cobre. O ponto de partida é sempre o mesmo: uma trama construída manualmente, célula-base de onde surgem volumes complexos e orgânicos. A partir daí, suas obras crescem por adição, se bifurcam, se multiplicam, ganham curvas, dobras e vazios — criando estruturas que parecem vivas, em movimento.
A mostra revela o resultado de uma relação íntima e quase obsessiva com o metal: Caio cria suas próprias ferramentas, testa processos de oxidação e desenvolve sistemas construtivos que, embora visivelmente precisos, recusam o rigor industrial. Há algo de organismo nesses corpos metálicos — não por imitarem a natureza diretamente, mas pela maneira como evoluem e ocupam o espaço.
Livre adaptação do texto curatorial de Catalina Bergues.

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