“Em que medida a percepção da crise ambiental gerada pelo antropoceno conseguirá atingir um debate amplo capaz de oxigenar a sociedade e fazê-la pressionar por mudanças de rumos e valores?”. Essa é a pergunta feita pela curadora Angélica de Moraes.
Mecozzi contribui para esse debate ao fundamentar sua exposição na visão de mundo dos índios Yanomami e na cultura Iorubá. As obras da exposição mostram um Brasil contaminado pelo ouro do garimpo, coberto de carvão, ossos e sangue. A exposição revive a série “deserto das p_almas” , que apresenta mãos sulcadas em pedra em relevos expressivos que nos remetem a percursos de rios, trajetos extensos de terra seca e poeira, onde já foi água e peixe. Essa mostra nos leva ao terreno instável e frágil que sustenta essa enormidade chamada vida.